HOMILIA-TEMPO COMUM
11 de Janeiro- Quinta-feira da 1º Semana do
Tempo Comum
“Ó Deus, atendei como pai ás preces do vosso
povo; dai-nos a compreensão dos nossos deveres e a força de cumpri-los.” (Cf. Oração do Dia).
Na leitura de hoje, que se dá no primeiro
livro de Samuel, vem exaltar como característica principal a arca da aliança, estar
perto da arca é estar perto de Deus, pois para o povo de Israel ela exprime a
presença do Senhor.
Naquele tempo os Filisteus e os
Israelitas guerrilhavam entre si, em primeiro momento o povo de Israel foi
derrotado pelos filisteus, esse insucesso estimula os israelitas a irem a Silo
buscar a arca da aliança do Senhor, notamos aqui que a arca foi esquecida e
somente foi lembrada quando o sofrimento e a ruina chega ao povo de Israel. Quando a arca chega ao acampamento, o povo
eleva um grande clamor que amedronta os filisteus, mas o povo israelita pouco a
pouco se esmoreceu no seu fervor, isso acarretou a falta de respeito e a
afeição pela arca. Tê-la por perto é o mesmo que dizer que a proteção e a
segurança estão ao seu lado.
Ela torna-se uma espécie de amuleto, já
não é a fé que os alimenta, mas a superstição. Para eles não havia a necessidade
mais de rezar, de jejuar e de converter-se, pois imaginavam que se possuíssem a
arca, teriam a vitória. A arca perde o sinal do sagrado e ocupa sinal de sorte.
A arca estava com o povo de Israel, mas isso não lhe proporcionou a vitória.
A salmodia de hoje nos apresenta a
súplica de um povo que está preso, indignado, e que se sente desamparado.
Unindo o salmo com a leitura percebemos em ambos as mesmas características. Com
base nessas características podemos refletir com estas perguntas:
Quantas vezes nos sentimos “presos” por nossas
limitações? Quantas vezes nos sentimos “indignados” por Deus não
conceder o que queremos na hora em que pedimos? E quantas vezes nos sentimos desamparados por questionar
a Deus? E Ele não nos conceder a resposta na mesma velocidade de uma resposta do
“whatsapp”?
(Tire
alguns instantes para meditar sobre sua vida e sua relação com Deus, depois
prossiga a leitura).
O evangelho segundo São Marcos difunde
a mensagem da audácia daquele leproso, “Se queres, podes curar-me” e a
generosidade do Salvador. Naquela época todo aquele que se aproximasse de um
leproso e o tocasse era considerado impuro, pois a doença destruía a
integridade física e acarretava em sinal de pecado. Aquele que estava com lepra
era considerado um “excomungado” e todo aquele que o tocasse era considerado
impuro pela sociedade, Jesus não importa com essa lei judaica, Ele rompe com
essa imposição e toca aquele leproso, que demonstrou fortemente a confiança n’Ele.
Jesus exterioriza a sua compaixão e realiza a cura daquele pobre homem e o
envia a um sacerdote para que segundo a Lei de Moisés fosse considerado digno
de reintegrar-se na sociedade.
Devemos imitar os passos de Cristo romper
as barreiras de nossa sociedade, quebrar os paradigmas e ir ao encontro dos
mais necessitados, reintegrar os excluídos e motivar os tristes e depressivos,
criar meios e ações para que a fé do povo não se esfrie como o do povo
israelita, como vimos na primeira leitura. Necessitamos que haja bons lideres
que fomentem e atice a fé do povo de Deus. Precisamos sair da ala do comodismo
e buscar o contato mais intimo e profundo com a palavra de Deus, e depois desse
contato que cada um de nós possa colocar em prática o que aprendeu. E acima de
tudo colocar o amor em prática, pois ele é a base para a vivência concreta da misericórdia
de Deus.
“O Senhor te abençoe e te guarde.” Nm
6,24
Widson JoséËY
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