RUBRICISMO

Widson José

            Vive-se num mundo em que seguir regras é ser um rubricista, um retrógrado, um ultrapassado, um antiquado e  um obsoleto, mas quem segue as regras deveria ser considerado ético e moral, pois, regras foram criadas para serem executadas, possivelmente questionadas, mas nunca infringidas.
            Vê-se no tempo atual que algumas pessoas quebram as regras, fazem as próprias vontades, cedem aos seus próprios desejos. Não é tão fácil seguir regras nos dias de hoje, o mundo diverge da centralidade de ordem e cumprimento dela.
            Direcionando o olhar para a religião, é evidente que a miscigenação das culturas é algo frequente em nosso dia a dia, mas isso não é bem o problema num modo geral, o grande obstáculo da época é a forma de lidar com alguns gestos dentro da liturgia, o excesso de abuso litúrgico tornando o sacrifício eucarístico muitas vezes em um circo, ocorrendo assim uma banalização do sagrado.
            Pode-se compreender que são feitos alguns atos e ritos que são incoerentes com a liturgia celebrada. É necessário que haja uma liturgia bem celebrada, um rito bem organizado, contudo, não é preciso voltar ao rito tridentino, embora fosse a melhor opção para a (re) valorização do rito, é preciso que saibam lidar com o que é sagrado. Sempre é possível fazer uma liturgia bem celebrada de diversas culturas, para isso é preciso cortar os excessos de coreografias, as apresentações de oferendas sem sentido litúrgico (não é todo aspecto cultural que se pode colocar dentro de um ambiente religioso), e todos e quaisquer abusos litúrgicos, e optando por uma maneira melhor de celebrar.
            Além disso, a liturgia eucarística tem como primórdio o sacrifício de Cristo, no momento em que se prioriza a cultura desvaloriza o principal objetivo da Santa Missa, a realidade é que alguns se esquecem de que Deus é o centro da celebração, a Igreja é Teocêntrica, deixaram-se influenciar pela idade média, que trás o homem para o centro de tudo.
            A sociedade cristã necessita voltar às origens, buscar compreender devidamente os conceitos celebrados na eucaristia, e principalmente instruir seu povo a ir em busca de compreender o mistério celebrado antes mesmo de querer fazer outros “ritos” ou adaptações incoerentes que agradem a si próprio ou a certo grupo, se todos os cristãos buscassem compreender e estudar sobre a liturgia teriam-se menos erros e abusos litúrgicos.
Que cada um de nós se comprometa em buscar viver uma boa liturgia!
Paz e bem!

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