Sou postulante das irmãs escolápias

Autora: Danielle Samanta 

Um dia, assim, do nada, cheguei no convento das irmãs escolápias que transformou minha vida.
Um dia assim... Do nada. 
Passei a dormir sozinha no meu quarto e a conviver com pessoas que eu pouco conhecia.
Um dia, de madrugada me vi fazendo meu próprio café da manhã, como também para as outras irmãs.
Compreendi, que não ganharia mais minha comida no prato e que precisaria aprender cozinhar mais que ovo frito e farofa. E Mesmo sendo acostumada arrumar casa e lavar roupa, se eu não arrumar meu quarto e lavar minhas roupas não terá ninguém que fará isso por mim.
Conheci novas pessoas, me vi aprendendo tocar flauta, novamente sentar nas carteiras de uma faculdade, aprimorar meu espanhol e enfrentar os perigos de grandes cidades ao caminhar pelas suas ruas. Percebo também está mais madura, com um tom de voz mais baixo, preferir o silêncio mesmo quando posso escutar uma música e um encantamento diário por Jesus Cristo na eucaristia e na oração comunitária.
As dúvidas e o medo surgiram quando fiquei sabendo que teria conversas semanais com irmã Valéria e seria acompanhada por um psicólogo, mas não se compara quando me foi proposto para assumir a regência das turmas. E a cada dia é um aprendizado com cada aluno e funcionários. Como também tive que aprender a fazer corretamente o pelo sinal, para ensinar para os alunos.
Confesso que em alguns momentos o cansaço quase me dominou por conta da rotina puxada e ter que levantar muito cedo.
Depois desse dia qualquer que cheguei no convento, já se passaram seis meses e tenho certeza que cresci e sempre levarei comigo tudo que partilhei, mas algo mais importante e que posso arriscar dizer que aconteceu pouco antes de um dos momentos mais importantes da minha vida, foi antes de viajar para visitar meu pai e familiares receber o abraço carinhoso de uma das irmãs e ver suas mãos segurando as minhas enquanto dizia: você é muito corajosa, estarei rezando por ti. Sem essas palavras minha viagem não teria sido como foi. Foi principalmente depois dessa viagem que percebi que com as irmãs escolápias estou em família e sinto está onde Deus me chamou.
Mesmo sabendo que ainda tenho muito o que aprender e viver, não tem nada mais gratificante que olhar para trás e ver que tudo que fiz valeu a pena. Mesmo tendo suas dificuldades daria meu sim novamente para viver tudo de novo.